Série Lab. Crítica Cultural v. 2 — Beth Gonzaga

Escritas de si, fragmentos de outros: Lima Barreto dos diários ao romance Cemitério dos Vivos

ESCRITAS DE SI, FRAGMENTOS DE OUTROS: LIMA BARRETO DOS DIÁRIOS AO ROMANCE CEMITÉRIO DOS VIVOS

Organizador (a): Elizabeth Gonzaga de Lima
Editora: Programa de Pós-Graduação em Crítica Cultural
Universidade do Estado da Bahia (Pós-Crítica/UNEB)
Língua: Português
Ano: 2019
Páginas: 70
ISBN: 978-85-86274-22-0
eISBN:
978-85-86274-23-7
DOI:

Sinopse

O escritor Afonso Henriques de Lima Barreto (1881-1922) nasceu, viveu e morreu em momentos emblemáticos da história sociocultural e política brasileira. Nasceu no final do Século XIX, poucos anos antes da assinatura da Lei Áurea e Proclamação da República. Imagino que tenha convivido ou notificado a presença de negros livres antes da assinatura desta lei e de libertos que, apesar do novo status social, não tiveram reconfigurado plenamente a condição de coisa, de mercadoria e sub-humanidade. Ou seja, homens e mulheres negros livres, com os quais Lima Barreto conviveu na infância, na adolescência e juventude, não se tornaram imediatamente cidadãos no regi-me republicano universalista, laico e capitalista que se esboçava naquele período histórico. Suas possibilidades de mobilidade social, poder e prestígio continuaram determinadas pela herança da condição de escravo. O momento da morte de Lima Barreto marca, em diversos âmbitos, e, particularmente, no âmbito da literatura uma vontade brasileira de modernização na cultura, nas artes, nos costumes, no modo de ocupação do espaço e inscrição de uma feição própria do povo nacional como mestiço e urbano. Nosso autor chamou atenção a isso em sua obra, porém o fez através de nuances que não costumamos encontrar em seus antecessores, contemporâneos e sucessores.

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